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Foto do escritorErilza Faria

PERFECCIONISMO não é qualidade

Quantas vezes você já disse ou ouviu de alguém a frase: "É porque eu sou perfeccionista!" sendo usada como autodefinição de uma boa característica pessoal?


Vim te contar que não é bem assim, que se reconhecer perfeccionista não é algo tão bom e que você precisa repensar a respeito.



Entende-se por perfeição o grau de excelência, bondade ou beleza a que pode chegar alguma coisa. A perfeição caracteriza algo ideal que reúne todas as qualidades e não tem nenhum defeito ou designa uma circunstância que não possa ser melhorada.


A perfeição é um conceito muito relativo, pois tem a ver com a ideia de qualidade. Muita gente não sabe disse e isso faz toda a diferença. A perfeição não existe!


Dizemos que é perfeito o que nós reconhecemos como bom, mas outras pessoas têm perspectivas diferentes. Nem sempre o que é bom e perfeito para uma será para outra. O que existe é algo de muita qualidade, muito bem feito, feito com carinho, mas nunca totalmente perfeito.


Todos somos humanos e falhos, imperfeitos e em constante construção!


Seguindo essa lógica, ser perfeccionista não é algo bom. Uma pessoa pode ser atenciosa, cuidadosa, não fazer as coisas de qualquer jeito, mas quando se considera perfeccionista, ela se prende nessa ideia e não se permite errar, ter falhas ou mesmo se cansar.


Acaba exigindo mais do que pode dar, nunca está satisfeita, nunca acha que algo está bom o suficiente. A pessoa tem muita dificuldade para considerar algo bom, ou seja, para perceber a qualidade das coisas.


A ideia do perfeccionismo também pode levar alguém a procrastinar e não conseguir começar a fazer algo por não estar com as condições ideais, perfeitas. Isso pode atrasar ou mesmo impedir de que algo seja feito.


Nesse sentido, o perfeccionismo, ao contrário de ajudar, pode prejudicar a vida pessoal e a carreira profissional de alguém, por levá-la a se cobrar demais, impedi-la de ver possibilidades simples, qualidade nas pequenas coisas e se realizar ao iniciar projetos que pode ir melhorando e aperfeiçoando ao longo do tempo.


A verdade é que a maioria das pessoas usa a ideia do perfeccionismo como mecanismo de defesa, escondendo numa ideia de dedicação e esforço sua insegurança, baixa autoestima e autoconhecimento.


Sim, porque quando não se tem bom autoconhecimento e autoestima, não sente segura no que faz, não confia de que o que ofereceu em um trabalho tem qualidade e acaba se medindo pela régua dos outros, ou seja, pelo que acha que os outros vão pensar.


Quanto mais se escora no perfeccionismo mais a pessoa se esconde numa insatisfação e frustração com tudo, porque para ela nada nunca estará bom ou perfeito o suficiente. Ficar obcecado com a perfeição pode provocar ansiedade e estresse na vida cotidiana de uma pessoa.


É importante buscar fazer as coisas com qualidade no trabalho, por exemplo, mas nem sempre é possível que fique do jeito ideal, de modo perfeito. Buscar a perfeição a todo custo, além de não ser saudável, pode impedir que as coisas se realizem.


Fazer as coisas com qualidade é dar o seu melhor naquilo que está fazendo até que fique bom o suficiente para atender ao que precisa. Ainda que outra pessoa possa fazer muito bem, o que importa é sua dedicação e cuidado, sua intenção de dar o seu melhor naquilo, isso é suficiente.


Entender que a perfeição não existe te liberta das amarras de uma cobrança e ansiedade excessiva. Te permite se mais leve e se dedicar com mais intenção e amor ao que faz.


Não se prenda ao perfeccionismo como algo que te define, busque se libertar desse conceito que te impede de realizar as coisas. O feito é sempre melhor que o perfeito! Isso significa que é melhor você ter realizações e poder ir as melhorando depois, do que não realizar por desejar condições perfeitas ou por não considerar que o que fez é suficiente.


No fim das contas é melhor corrigir algo que pode ser ainda melhor, do que se arrepender de não ter realizado quando era possível.




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