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Foto do escritorErilza Faria

Ano novo, vida nova!?

A chegada de um novo ano se aproxima e junto com ela vem a expectativa de que as coisas sejam diferentes, que mudem para melhor. A frase “Ano novo, vida nova!” ecoa nas mentes e expressões. À meia-noite compartilha-se o desejo de um “Feliz ano novo!”. É maravilhoso vivenciar a emoção da virada do ano, seja numa festa badalada, rodeada pela família ou assistindo a um programa na TV, o clima é de esperança e de boas expectativas.


Contudo, vamos pensar um pouco mais afundo a virada de ano... Vamos pensar em nós mesmos nesse momento inspirador e especial. Momento propício para serem feitas reflexões sobre aprendizados no ano que passou e para serem idealizados e traçados planos para o ano que chega.


Você já pensou no seu papel em sua vida para que o ano seja realmente novo?


Observo muitas pessoas entregando suas aspirações e planos em fontes secundárias. Esperam que Deus mude as coisas e traga realizações, que o universo conspire para a paz e abundância, fazem promessas e simpatias para que bons ventos soprem a favor do seu objetivo ou de que sua vida seja nova.


(Vou abrir um parênteses aqui antes de continuar: Claro que as crenças são importantes, em todas as datas. Ter uma crença, uma religião, uma devoção é importante para ancorar o ser humano, dar esperanças e forças para seguir com confiança de que é capaz, acreditar que é possível alcançar o que deseja e de que não está só nesse mundo.)


Continuando...


Mas, apesar da importância que essas ações têm para cada um dentro de sua fé, elas podem provocar uma certa distorção perceptiva, caso não se tenha bom autoconhecimento, autoconfiança e propósito, porque muitos entregam todas as expectativas em outras coisas e não em si mesmos. Ao invés de serem os protagonistas em sua própria vida, alguém que vai buscar e lutar para alcançar o que deseja, tornam-se expectadores, assistindo a vida passar, esperando que algo de novo aconteça – e geralmente se lamentando do estado de vida atual.


Não adianta esperar em Deus e não fazer a sua parte! É preciso ousar dar o passo adiante com confiança e fazer o novo acontecer em sua vida.


Eu disse que são fontes secundárias, pois em primeiro lugar vem você que acredita e em como põe em prática sua fé, o que e em quem você acredita. Se ir à igreja, rezar, comer lentilha ou pular 7 ondinhas te faz sentir mais confiante e esperançoso e elevam seu ânimo, maravilha, não deixe de fazer! Eles te inspiram e realmente são fonte de boas novas! Mas não ponha toda a responsabilidade em Deus e no universo por não acontecerem coisas novas em sua vida se você não faz nada de diferente nela, se não busca lidar melhor consigo mesma, com suas questões e com os outros, se não vai atrás dos seus sonhos e planos.


Cultive a esperança, mas no sentido do que escreveu Paulo Freire: “É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”


O ano novo é você quem faz! Todo dia, a cada momento, através de suas escolhas e ações. E é maravilhoso saber que você pode ser o ator principal da sua vida e pode ter vida nova, plena e feliz!


Como disse Carlos Drummond de Andrade em seu poema Receita de Ano Novo:

“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”


Feliz Ano Novo a todos, sempre rumo à vida nova!

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