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A VIDA E O NOVO NORMAL

Em meio à pandemia do Covid19 com períodos de quarentena, isolamento de contato, mudança nas formas de trabalhar e de se relacionar, uma questão que tem ressoado bem forte nas discussões é sobre como tudo será depois que a pandemia passar. Todos temos a forte convicção de que chegará o momento em que a situação caótica causada pelo corona vírus será contornada por meio de vacinas, medicamentos ou tratamentos, e que tudo isso vai passar. Daí alguns dizem que tudo poderá voltar a ser como era antes, como sempre foi antes da pandemia revirar tudo, outros percebem que nada será como antes e desde já estamos vivendo o que temos chamado de “novo normal”.

 

Novo normal... Pensando sobre isso, observei como esse termo implica mudança. Modificação no sentido geral, não só das estruturas de negócios e rotinas, mas no sentido pessoal e na forma como nos posicionamos em relação à vida.


Algumas pessoas confrontam a realidade, parecem ter dificuldade de aceitarem que algo mudou e precisa ser diferente, com isso acabam se colocando em risco, sem cuidar adequadamente de sua proteção pessoal para manter a saúde. Talvez numa expectativa de que nada mude e tudo volte a ser como era antes.


Mas, se considerarmos que, de modo geral, minimamente tudo sempre se renova, é natural que diante da situação da pandemia essas mudanças aconteçam em escala muito maior. Se observe bem: em cada momento você está aprendendo, amadurecendo, mudando em algum sentido. Assim podemos de fato compreender que nada será como antes.


A partir daí, penso sobre o que era o normal anterior, esse a que muitos teme deixar e ao qual querem retornar? Era algo agradável, que trazia menos dificuldades e dores ou era simplesmente um lugar com o qual estávamos acostumados, apesar de todas as suas complicações a agruras?


Em saúde mental compreendemos como Canguilhem em “O Normal e o Patológico” (2009), que normal é ser capaz de criar meios de adaptação à vida e à realidade. É ser resiliente e conseguir criar meios de resistir e se reinventar da forma possível, ainda que seja desafiador.

E se notarmos bem, é o que nós todos temos feito. Criando novos meios de existência, de manutenção de contatos, novas e inovadoras formas de estudar e trabalhar que jamais serão deixados para trás, mesmo quando a pandemia passar. Estar confortável e retornar a um passado ao qual se está acostumado, nem sempre é sinônimo de bem-estar, é muito importante dar lugar ao novo em nossas vidas.


Se esse período de pandemia pode nos trazer algo de positivo, foi esse impulso para nos movimentarmos, parar criar o novo, sairmos da zona de conforto à qual estávamos todos acostumados e esperando que alguma mudança caísse do céu, nos reinventarmos e produzirmos novas possibilidades de existir, produzir, nos fortalecermos e resistir.


Para mim, compreender e aceitar o “novo normal”, é entender que agora e sempre, temos que estar agindo e mudando, nos adaptando e reinventando, não permitindo que a zona de conforto nos paralise e impeça de estarmos sempre em movimento, caminhando, pois já dizia o poeta “o caminho se faz ao caminhar”.


E vocês? O que pensam sobre o “novo normal”?



1 Comment


Excelente post... aguardando os próximos. Parabéns.

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